terrível experimento acadêmico

O terrível experimento acadêmico que virou filme

Acredito que a maioria das pessoas conheça a importância das pesquisas. Porém, quais são os limites que nós podemos atingir em busca do conhecimento? Um professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, resolveu testar os limites e, até hoje, sua pesquisa é controversa.

O experimento da prisão de Stanford

Retratado em um filme de 2015, chamado “O experimento de aprisionamento de Stanford”, o estudo aconteceu em 1971. Ele tinha como objetivo principal estudar a forma como o meio pode afetar o homem.

A ideia era simular uma cadeia dentro da própria universidade, mas sem usar guardas ou presidiários reais. Para o estudo foram selecionados 24 estudantes, brancos, classe média e do sexo masculino. Eles foram divididos em dois grupos, formando 12 guardas e 12 prisioneiros.

Os guardas eram divididos em três pequenos grupos, que faziam turnos de 8 horas. Todos eles usavam uniformes e óculos escuros. Além disso, eles foram armados com porretes.

Os prisioneiros foram presos em casa e levados para a cadeia de Stanford, onde eles deveriam ficar por duas semanas. Eles receberam números e suas roupas foram substituídas por camisolas.

As coisas saíram do controle da tal maneira que o estudo foi cancelado em seis dias.

O filme

estanford

O filme procura ser bem fiel aos fatos que ocorreram durante os seis dias de 1971. Como expectadores, assumo que é fácil julgar o experimento. O professor Philip Zimbardo era o responsável pelo estudo e pelos jovens, porém também foi um dos que perdeu o controle.

Apesar das boas intenções de sua pesquisa, ela foi falha no quesito humano, mas apresentou resultados que Zimbardo ainda usa em suas palestras. Porém, também pode-se compreender que o professor é humano e não sabia até onde o estudo chegaria.

Nesse ponto, acho que é importante levantar uma questão ética: até onde pesquisadores podem ir para encontrar respostas?

A pesquisa do professor Zimbardo precisava que os jovens fossem a extremos, dessa forma, era necessário que eles fossem a limites – o ideal era que o professor não os acompanhasse nesses limites. Portanto, será que é certo afetar o psicológico de 24 jovens pelo estudo?

Os guardas provaram que seres humanos podem ser ruins. E, enquanto eu via o filme, só conseguia pensar em quanto uma coisa como essas poderia destruir a minha vida. Não consigo imaginar o que acontece com uma pessoa que sempre teve uma vida “normal” e, de repente, descobre o grau de maldade que se esconde dentro dela.

Da mesma forma, os prisioneiros passaram por um processo de perda de identidade, sendo reconhecidos apenas por um número. Em quatro dias, seis deles já haviam sofrido com colapsos nervosos.

Ou seja, o que o filme nos mostra é que a melhor das intenções pode causar danos. Por mais que os resultados sejam considerados reveladores, será que tudo o que foi feito valeu à pena?

Obs: como o professor incentivou os guardas a se tornarem mais violentos para controlar os prisioneiros, o estudo tem sido questionado por outros especialistas.

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