revolta da vacina

Revolta da Vacina: o que foi?

A pandemia da Covid-19 nos fez falar muito sobre vacinas. Por isso, a revolta da vacina voltou a ser um assunto comentado. Você se lembra do que se trata?

Com certeza você estudou a revolta da vacina na escola. Mas nós sabemos que muitas matérias podem ser esquecidas. Por isso, acho que é interessante relembrar esse momento histórico.

Afinal, a história serve para nós não repetirmos nossos erros enquanto sociedade.

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Contexto da Revolta da Vacina

Em 1904 o Brasil era uma jovem República. Por isso, é fácil entender que o país estivesse enfrentando grandes crises políticas. Mas essas não eram as únicas que atormentavam os brasileiros. Uma grande crise sanitária também se fazia presente.

A capital do país ainda era o Rio de Janeiro. Mas representantes de outros países se recusavam a pisar em nossa capital cheia de sujeira e doenças.

Estima-se que em 1904 a varíola tenha internado e matado milhares de brasileiros. Por mais que a vacina já fosse obrigatória, as pessoas ainda não levavam essa lei a sério e nem o governo se esforçava para convencer a população da necessidade de se vacinar.

Entretanto, a situação política e econômica estavam insustentáveis, especialmente pelo fato de que nesse ano o Rio de Janeiro enfrentava mais duas doenças: a peste bubônica e a febre amarela.

Que representante de outros governos viria fazer negócios com o Brasil nessas condições? Sabendo que um país assolado por uma epidemia não pode se desenvolver economicamente, o presidente nomeou Oswaldo Cruz para resolver o problema.

Mas isso não foi fácil.

As medidas de Oswaldo Cruz

Para aceitar o trabalho, Oswaldo Cruz pediu carta branca e a recebeu. Por isso, ele teve o poder de determinar que só pessoas vacinadas poderiam trabalhar, estudar, casar etc.

Além disso, ele determinou a invasão de casas com o objetivo de:

  • caçar ratos;
  • dedetização com o fumacê;
  • vacinação compulsória.

Obviamente a população não estava satisfeita. Mas também foi uma ótima arma na mão da oposição que utilizou a campanha de vacinação para tentar atingir seus objetivos políticos. Ou seja, para tentar derrubar o presidente e restabelecer a monarquia.

Por isso, foi iniciada uma campanha de propagação de notícias falsas, ou o que nós chamamos atualmente de fake news.

Essas campanhas afirmavam que a vacina era uma tentativa de dizimar a população mais pobre. Além disso, eles defenderam a liberdade individual dizendo que era errado obrigar alguém a tomar a vacina.

A revolta da vacina

Foi por todos esses motivos que a população se revoltou contra a vacina. Em 9 de novembro havia sido anunciada a obrigatoriedade da vacina. No dia 13 de novembro o Rio de Janeiro se tornou o cenário de uma guerra.

Jovens de escolas militares foram para as ruas protestar. A oposição preparou um golpe. Mas nada disso teve efeito, pois o exército reprimiu a revolta duramente.

Em menos de duas semanas a conta era de:

  • 945 prisões;
  • 461 deportados;
  • 110 feridos;
  • 30 mortos.

A população conseguiu que a obrigatoriedade fosse revogada. Mas isso só serviu para fortalecer a varíola que matou a população se piedade.

Com a crescente no número de mortos, a população se convenceu e foi se vacinar. Hoje a varíola está erradicada no mundo e isso se deu graças aos esforços da OMS para vacinar todos os cidadãos do mundo.

Será que a história vai se repetir?

Fontes 1 e 2

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