A casa soturna

A casa soturna – livro

Não há dúvida de que “A casa soturna” não seja o romance mais conhecido de Charles Dickens. Mas isso não é demérito, afinal a obra concorre com títulos como David Copperfield e Oliver Twist. Por isso, não desanime.

A casa soturna é o que se pode chamar de “calhamaço “. Na edição da Biblioteca Aurea – a única que eu conheço -, a obra conta com 794 páginas e elas são grandes. Além disso, a fonte não é das maiores. Portanto deixo claro que não é uma leitura rápida.

Além disso, Dickens concebeu cerca de 20 personagens ativos na obra. Por isso, você pode ter alguma dificuldade inicial para recordar cada nome. Por isso, uma dica valiosa é anotar o nome e uma pequena descrição de cada personagem.

Há também a possibilidade de buscar essas informações na Internet. Mas devo avisar que isso pode ser uma fonte de spoilers.

Pode parecer uma leitura trabalhosa e acho que realmente o é. A casa soturna não é um livro que você vai ler em dois dias. Entretanto, é uma leitura que vale a pena. Daquelas que poucos gênios souberam escrever.

Enredo

A Casa Soturna traz à luz questões fundamentais de vida e sociedade, pondo em xeque o sistema judiciário inglês do século XIX. Enquanto o caso Jarndyce e Jarndyce se arrasta nos tribunais, gerações das famílias envolvidas vão herdando “ódios lendários” na tentativa de resolver a disputa em torno de uma propriedade.

Traçando um percurso das zonas mais pobres de Londres às mansões da nobreza, Dickens elabora uma narrativa que envolve mistério, assassinato, redenção e até mesmo a descoberta do amor ao mesmo tempo que, com uma perspicácia bem-humorada, critica as estruturas sociais e a morosidade da justiça.

*Enredo retirado do site da Amazon

A casa soturna

Dickens foi um autor de grandes críticas sociais. Portanto, não é de se admirar que elas estejam tão bem colocadas em “A casa soturna”.

Por se tratar de uma questão judicial, você pode imaginar que seja necessário um prévio conhecimento da Inglaterra da época. Mas a obra foi escrita de tal forma que você rapidamente consegue se inserir nessa realidade. Provavelmente isso também se torna mais fácil pelo fato de que o sistema judicial continua lento – pelo menos o brasileiro.

Aliás, há uma série de críticas tratadas em “A casa soturna” que não são estranhas as nossas vivências contemporâneas. O assédio, por exemplo, que algumas pessoas tem tanta dificuldade de compreender no séc XXI, parece ter sido bem compreendido pelo escritor no século XIX.

É difícil falar em um artigo sobre todas essas criticas. Por isso,espero que você se interesse pela obra. Ela é tão atual que poderia ter sido escrita hoje. Mas ela dependeu da genialidade de seu autor e ele era realmente brilhante.

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