Adeus às armas foi o primeiro livro que li do grande Ernest Hemingway. É claro, é uma daquelas obras que dependem do leitor aceitar a visão de um autor de outra época. Entretanto, também é daqueles que podem te emocionar.
Publicado pela primeira vez em 1929, Adeus às armas tem aspectos biográficos do autor. Entretanto, criação e criador também são muito diferentes.
Os dois são americanos e lutam como voluntários no exército da Itália. Ambos dirigem ambulâncias.
Mas, diferente do seu personagem, Hemingway só ficou na guerra por um mês. Os dois namoraram com enfermeiras, mas o personagem viveu uma história de amor, o autor não teve nada além de um caso.
Entretanto, se há algo que eles têm em comum é a aversão à guerra.
Adeus às armas – sinopse
“Em 1918, Ernest Hemingway se alistou para lutar na “guerra que acabaria com todas as guerras”. Ele se voluntariou como motorista de ambulância a serviço da Itália, foi ferido e duas vezes condecorado. Dessa experiência surgiu “Adeus às Armas”.
Em uma descrição inesquecível da guerra, Hemingway recria o medo, a camaradagem, a coragem dos jovens voluntários americanos e os homens e mulheres que ele encontrou ao longo do caminho. Tudo isso com uma honestidade brutal e, além disso, convicta.
Uma história de amor de imenso drama e paixão sem compromissos, “Adeus às armas” é um testemunho único do autor e uma inabalável visão do mundo e das pessoas que o cercam”
*Sinopse retirada da parte de trás do livro. Random House
Por quê você deveria ler esse livro?
Eu já li muitos livros sobre guerras e sei que muita gente se interessa pela temática. Entretanto, poucos foram relatos crus de pessoas que realmente estiveram nos conflitos.
Adeus às armas é um deles. Eu tenho críticas à obra, como o fato a submissão excessiva de Catherine Barkley. Entretanto, também entendo que isso se dá pela cronologia da personagem:
ela se inscreve na guerra para ficar perto do noivo e ele morre em combate. Não deve ser fácil estar no meio de uma guerra, em um país estrangeiro e sem saber o idioma. Por isso, acho que podemos relevar a posição submissa da moça.
Afinal, ela se apega a quem lhe dá carinho e, possivelmente, lhe dará uma família.
Aliás, tudo no casal beira o desespero. Não há justificativa para o romance desenfreado. Inclusive, ele seria bem inverosímel, se não fosse a guerra.
Por isso, o romance te apresenta imagens que você nem pensa que seriam possíveis. Mas que quando você para para refletir, são bem justificáveis pela guerra que nunca acaba.
Como se não bastasse há o fato de que essa obra é um relato da Primeira Guerra Mundial. Sejamos sinceros, a quantidade de obras é ínfima – especialmente se nós comparamos com as obras sobre a Segunda Guerra.
Hemingway nos mostra locais, dá a descrição de ruas e te indica as direções que o personagem segue na obra. Se você colocar no Google Maps poderá seguir o roteiro e saber exatamente onde ele esteve.
Além disso, o autor nos fala sobre o clima entre os soldados, o desanimo de perceber que o conflito não vai acabar e as irresponsabilidades de permitir que quem não tem condições, volte para a linha de frente.
Ele também fala da comida ruim, do desamparo, dos momentos de relaxamento e da sensação de ser ferido em combate. Diferente de muitos, ele fala com a propriedade de quem sofreu.
E há outro fator pouco discutido na literatura e no cinema: as condecorações. Melhor dizendo, a hipocrisia de condecorar quem não merece apenas para incentivar a inscrição de mais jovens.
Se interessou?
Antes de colocar os links, me dirijo às pessoas que tem interesse de ler no idioma original. Eu li Adeus às armas em inglês, por isso posso dizer que a obra tem um nível de dificuldade intermediário.
Entretanto, é um intermediário quase avançado. Por isso, vou colocar links para o livro em inglês (A farewell to arms) e em português.
Submarino: português