Corra, menino, corra
Run boy Run – no Brasil, Corra, Menino, Corra – é um filme emocionante. Lançado em 2013, foi dirigido pelo alemão Pepe Danquart. O filme conta a história real de Yoram Fridman, um menino judeu que conheceu o sofrimento precocemente por causa da Segunda Guerra Mundial.
Ele foi levado ao Gueto de Varsóvia, porém conseguiu escapar em 1942. Na época, tinha 8 anos e precisou lutar sozinho. O filme segue a vida de Yoram até o fim da guerra.
O pai dele, ao se despedir do filho, fez um único pedido: “Esqueça de tudo, mas não se esqueça que você é judeu”. Será que isso é possível? Será que um menino de 8 anos que precisa fingir ser católico para sobreviver consegue não esquecer sua origem judaica?
O roteiro do filme foi baseado no livro “Run, Boy, Run”, de Uri Orlev.
A experiência
Vamos começar por um fato importante: o filme pode te deixar tenso. Por isso, acredito que se você estiver deprimido ou muito triste, pode ser melhor você não ver esse filme.
Filmes sobre o holocausto, de uma forma geral, são muito tristes. Mas quando a história é sobre uma criança e é baseada em fatos reais, as coisas podem ficar piores.
Durante os seus anos de fuga Yoram passa por mais provações do que deveria ser possível. Essa criança encontra mais sofrimento do que muitos de nós encontraremos em toda a nossa vida. Além disso, a obra faz questão de mostrar o ser humano.
Como o ser humano reage à guerra? Eu assisti um filme essa semana chamado “Assassination Nation”. Nessa obra, a narradora diz ao como: 10% das pessoas são muito boas, 10% são muito ruins e 80% podem ser jogadas para qualquer lado. Não acho que seja exatamente assim a fala, mas a ideia é essa.
Achei que era propício usá-la, pois “Corra, Menino, Corra” mostra um pouco disso. Em seu caminho, o garoto encontrou pessoas de uma bondade tão grande que pode te fazer duvidar da história. Por outro lado, ele encontrou pessoas tão ruins que faz com que você se questione: Como alguém faz isso?
Porém, acredito que a maioria das pessoas estava com fome demais ou com medo demais para ajudar. Isso também não significa que elas tenham prejudicado-o, pelo menos não de forma direta.
Não sei como funciona com vocês, mas essas obras sempre fazem com que eu me pergunte a respeito da minha postura. Será que eu seria tão boa quanto desejo ser?
Empatia
Empatia é uma palavra que está na moda. Acredito que isso seja motivo de felicidade. Se falam muito no assunto, pode ser pelo fato de que mais e mais pessoas tentam praticar a empatia. Por isso, filmes como esse são tão importante.
Em um século no qual muitos se perguntam se os judeus não mereceram tudo aquilo pelo que passaram, é bom ver aquilo que não se pode imaginar. Nossa criatividade pode ser bloqueada quando é momento de pensar em sofrimento demais.
Corra, menino, corra é um exercício de empatia. É muito difícil não torcer pelo menino. É muito difícil não sentir a sua dor. Se você procura algo que possa te emocionar, eu recomendo esse filme.
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Até a próxima,
Thaís