Durante dois anos eu trabalhei em uma livraria. Lá, eu tive muito contato com livros (jura? ninguém imaginava). O que eu quero dizer com isso, é que tive a oportunidade de comprar muitos livros dos quais eu nunca havia ouvido falar.Entre as minhas felizes surpresas está o livro “O menino dos fantoches de Varsóvia”.
Para iniciar com um contexto histórico, deixemos claro que Varsóvia fica na Polônia. O país tem uma forte cultura com o teatro de fantoches.
Quando os alemães invadiram a Polônia, um dos seus primeiros atos foi proibir os jornais e qualquer manifestação cultural, inclusive os fantoches. Aliás, é preciso salientar que uma das ordens oficiais era para que professores, artistas e jornalistas fossem presos.
Os judeus foram enviados para o Gueto de Varsóvia. A área, de 3,4 quilômetros quadrados, chegou a abrigar 460 mil habitantes. Ou seja, a média era de 7 pessoas dividindo um mesmo quarto.
E o livro “O menino dos fantoches de Varsóvia”, escrito por Eva Weaver, retrata isso muito bem.
O enredo
“Mesmo diante de uma vida extremamente difícil, há esperança. E às vezes essa esperança vem na forma de um garotinho, armado com uma trupe de marionetes – um príncipe, uma menina, um bobo da corte, um crocodilo. O avô de Mika morreu no gueto de Varsóvia, e o menino herdou não apenas o seu grande casaco, mas também um tesouro cheio de segredos. Em um bolso meio escondido, ele encontra uma cabeça de papel machê, um retalho… o príncipe. E um teatro de marionetes seria uma maneira incrível de alegrar o primo que acabou de perder o pai. Logo o gueto inteiro só fala do mestre das marionetes – até chegar o dia em que Mika é parado por um oficial alemão e empurrado para uma vida obscura. Esta é uma história sobre sobrevivência. Uma jornada épica, que atravessa continentes e gerações, de Varsóvia à Sibéria, e duas vidas que se entrelaçam em meio ao caos da guerra. Porque mesmo em tempo de guerra existe esperança.”
A leitura
Esse livro é fácil de ler no sentido de que a leitura é fluida. Entretanto, ele tem momentos bem emocionantes e intensos. Portanto, acho que algumas pessoas podem precisar de pausas (eu precisei).
Uma das coisas que eu mais me questiono sobre essa época é como as pessoas deixaram isso acontecer. Como vizinhos esqueceram seus amigos judeus. Esse livro ajudou a clarear um pouco isso, não digo que eu entenda, mas não é mais tão nebuloso. O ser humano é complexo demais.
O livro é dividido em três partes – com tamanhos diferentes:
1ª parte – a história de Mika, o menino dos fantoches;
2ª parte – a história de Max, um soldado Alemão. Essa é a época do pós guerra.
3ª parte – a história do fantoche preferido de Mika e de Max. O que acontece com o fantoche depois da guerra?
Vale a pena ver como os caminhos se cruzam e continuam se cruzando anos depois!
Espero que vocês gostem,
qualquer coisa, enviem email para [email protected].
Até à próxima.